Crônica da Semana: Amigo Chocolate

     A manhã já avançava onze horas daquele sábado quando o Rafinha me ligou, nós íamos nos encontrar com um pessoal que estudou com a gente no colégio para jogar boliche e trocar uns ovos, pois era Páscoa. Foi quando fiquei sabendo que mais da metade das pessoas não iriam mais, fiquei bastante chateado, estava com muita saudade de todos.
     Das trinta e três pessoas que estudaram comigo eu só via três freqüentemente, e quase todos tinham confirmado presença.
     Perguntei para o Rafinha o motivo que fez tantos desistirem de ir, ele ficou mudo ao telefone, percebi que ele também não sabia a resposta, perguntei então quem confirmou que iria.
     Apenas seis pessoas, ele respondeu - eu, ele, Estela, Gustavo, Mariana e a Heiry.
     Rafinha e eu estamos desde o começo do ano tentando juntar o pessoal, pelo menos aqueles que saiam com a gente no tempo do colégio, mas nunca ninguém aparecia.

     Foi então quando eu me dei conta que cada um está escrevendo seu próprio livro, cada um está seguindo o seu caminho, uns fazendo faculdade, outros trabalhando, outros apenas se divertindo sem nenhuma responsabilidade, mas agora cada um para um lado.

     Nossa sala não era a mais populosa, mas com certeza aquela era a melhor sala que alguém poderia estar, muitos ali se conheciam a mais de oito anos, e cada vez iam se conhecendo mais.
     Um ano depois de formado, me dei conta de que o colégio é a melhor fase da vida, não só por causa dos colegas da sala, mas por todos que ali fizeram parte.
     Tantos trabalhos, provas, discussões com os coordenadores por causa de uniforme ou por usar o elevador. Mas ao mesmo tempo, tantas risadas, brincadeiras, momentos que serão guardados para sempre.
     Momentos de ouro com os melhores amigos que alguém pode ter, não só os colegas de sala, mas os professores, faxineiras, os seguranças, a caixa da cantina, todos!!
     Amigos mesmo que longe, serão guardados debaixo de sete chaves dentro do coração.